12.9.05

Eleições Autárquicas

Daqui a um mês, já refeitos de uma noite eleitoral, saberemos quem fica á frente de cada uma das autarquias em Portugal. Verdade seja dita, á excepção das grandes cidades (Lisboa e Porto) ou dos nomes mais sonantes e familiares, apenas me interessa conhecer em pormenor os resultados em Seia (cidade onde nasci e onde exerço o meu direito de voto) e Viseu (cidade onde vivo).

Apesar de não negar a minha filiação partidária, estas eleições são muito localizadas, e dificilmente se poderão retirar grandes conclusões acerca da performance do Primeiro Ministro, do actual quadro governativo ou da oposição. Estas eleições valem sobretudo pelas pessoas e pelos projectos, mais do que pelas ideologias políticas de cada um.

Em Viseu, actualmente, parece não haver qualquer dúvida sobre quem será o próximo Presidente da Câmara. A dúvida resistiu sim, em saber se o mesmo avançava para uma recandidatura. Felizmente esta ficou desfeita quando o Dr. Fernando Ruas quebrou todas as regras do marketing político, utilizando alguns outdoors, para colocar uma mensagem simples e objectiva, sobre um enorme fundo branco, sem qualquer fotografia, onde para além da mensagem (slogan) apenas sobressaía a sua assinatura:

“Respondo pelo que faço”.

O grande crescimento da cidade em muito se deve á coerência da estratégia e á continuidade de um projecto que começou em 1989. Sou contra o poder instalado e por isso adepto da limitação de mandatos, porém, em Viseu, a obra fala por si.

Relativamente á minha cidade natal, a coisa é mais complicada. Seia, outrora a porta de entrada para a Serra da Estrela, sofre actualmente as consequências de um marasmo político e intelectual. Não se vislumbra qualquer missão e estratégia para a cidade, mas sim pequenos projectos pontuais, que apenas servem para defender os interesses particulares de A e B, e o ressurgimento da “nova e velha burguesias”

Como não há um caminho traçado, nem obra feita, volta-se a prometer o mesmo que em anos anteriores e enche-se a barriga ao povo, marcando patuscadas á borla, a troco de uns minutos de atenção e de uma promessa de voto. Ao que isto chegou…

O actual presidente da câmara ainda não falou (salvo erro) numa das poucas decisões acertadas que tomou nos últimos tempos e que deverá ter sido fruto de um laivo de inspiração; a inclusão de Seia na Grande Área Metropolitana de Viseu. Este facto, por si só, mostra que a procura incessante pelo poder é tanta, que retira toda e qualquer discernimento, pois podia perfeitamente ser um dos seus trunfos.
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Como não me revejo minimamente nesta pobreza franciscana, se este cenário continuar a tolher o crescimento e o desenvolvimento da cidade e do concelho, não me resta outra alternativa senão mudar o meu recenseamento. Não me custa nada, aliás até foi por algumas destas razões que saí de Seia. E como eu há muitos, que assim vão cortando os laços com as suas origens, encontrando noutros locais formas de exercerem a sua actividade, e de serem, muitas vezes, reconhecidos pelo trabalho desenvolvido em prol da cidade que os acolheu.
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Durante os seus mandatos, esse senhor teve tempo e espaço suficientes para colocar em prática um projecto digno desse nome. Agora, está na hora da ruptura, da mudança e de dar oportunidades a outros.
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Acredito que a população é suficientemente inteligente, para perceber e acreditar que a única alternativa credível para uma mudança de rumo, se enquadra no projecto defendido pela equipa do Dr. Nuno Vaz.

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